‘Violências, economias e territórios’: saída coletiva e perspectivas de classe
A CAPINA promoveu, na última terça-feira (25), a roda de conversa ‘ ‘Violências, economias e territórios: conversas urgentes – Cotidiano de inseguranças das trabalhadoras e trabalhadores e o direito à cidade’.
O evento aconteceu no espaço Apolônio de Carvalho, no Museu da República, no Catete, Rio de Janeiro. Mobilizado por mais uma chacina ocorrida no Estado do Rio de Janeiro (nos complexos do Alemão e da Penha, no final de outubro de 2025), o debate trouxe perspectivas das trabalhadoras e dos trabalhadores para a questão da violência nos territórios periféricos da Região Metropolitana do Rio de Janeiro.

Mediada por Terezinha Pimenta, da CAPINA, também falaram na roda Francisca de Fatima, do SindInformal; Inessa Lopes, do Movimento das Comunidades Populares (MCP); João Luiz Silva, coordenador da comissão de defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Alerj; Renata Lira, advogada e assessora da deputada estadual Renata Souza (PSOL-RJ) e Rafael Maul, do Grupo Tortura Nunca Mais e professor da UFRRJ.
ANÁLISES HISTÓRICAS, SAÍDA COLETIVA E PERSPECTIVAS A PARTIR DO VOTO
A conversa contemplou diversos temas que perpassam o cotidiano de violências vivido pelos trabalhadores e trabalhadoras dos territórios dominados por grupos armados. Parte mais vulnerável da falta de política de segurança, moradores de comunidades e favelas sabem que a saída é coletiva. Atuar de forma comunitária pode literalmente salvar vidas e tirar meninos e meninas do crime organizado, como apontou Inessa. Já Francisca lembrou da violência física e psicológica sofrida pelos ambulantes a partir da truculência da Guarda Municipal e que isso deve piorar, a partir de 2026, quando a GM será armada. Renata e Rafael lembraram o histórico repressor do sistema desde o regime escravocrata e como a Ditadura Civil-Militar de 1964 moldou muitas das chacinas que presenciamos na Nova República. João, por sua vez, contou o que viu e viveu como responsável por ir nos territórios após os assassinatos causados pelas chamadas “operações policiais”, como a que resultou na chacina mais recente.
Em setembro, a CAPINA já havia realizado a roda de conversa ‘Quando o Clima Muda, o Trabalho Muda! Calor extremo, enchentes, falta de água: como a emergência climática impacta nosso trabalho e transforma nossa vida?’, na Biblioteca Leonel de Moura Brizola, em Duque de Caxias.