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Writer's pictureCooperação e Proje. de Insp. Alternativa

Capina e Economia dos Setores Populares


Na última semana, entre os dias 14 e 18/10, participamos e estivemos presentes em um conjunto de atividades e debates públicos que aconteceram durante a Semana de Alimentação Carioca de SAC), organizada por organizações parceiras da CAPINA, como a AS-PTA e PACS, pela Rede Carioca de Agricultura Urbana (Rede CAU) e o COMSEA Municipal RJ, a qual foi realizada em função do Dia Mundial da Alimentação, demarcado no dia 16 de outubro, e também serviu para abrigar as comemorações dos 10 anos da própria Rede CAU.

Além das atividades promovidas pela SAC, estivemos, enquanto integrante da Articulação de Agroecologia do Rio de Janeiro (AARJ), em dois importantes momentos que aconteceram em torno da questão da segurança alimentar e nutricional (SAN) e, no âmbito do processo de lutas por garantia de direitos e políticas voltadas à agroecologia e produção orgânica: a audiência pública baseada no Informe DHANA 2019 (Direito Humano à Alimentação e à Nutrição Adequadas) (14/10), promovida pela Comissão de Segurança Alimentar da Assembleia Legislativa do RJ e, a aprovação do PL 522-A/2015 (15/10), que institui a Política Estadual de Desenvolvimento Rural, Agroecologia e Produção Orgânica do estado do Rio de Janeiro, de autoria dos deputados Flavio Serafini, Bruno Dauaire e Waldeck Carneiro, que tiveram lugar na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro.

No âmbito municipal, integramos o seminário "Tem gente com fome? Políticas de Combate a Insegurança Alimentar e o papel da agricultura urbana", organizado entre a Rede CAU e a Frente Parlamentar de Agroecologia da Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Foi um momento onde o parlamento municipal foi ocupado por ativistas, educadores/as populares, redes de agroecologia, juventudes e mulheres agriculturas da cidade, professores... para debater sobre a agricultura urbana do Rio de Janeiro. Nesse dia, a Câmara também teve que abrir seu salão nobre para oferecer o Café Agroecológico - organizado pela Roda de Mulheres da Rede CAU, com alimentos plantados e produzidos por essas mulheres da cidade. Nessa tarde, também sentimos no coração o maracatu do grupo de mulheres Baque Mulher da Zona Oeste. Paralelo ao debate na Câmara, a Feira Agroecológica na Cinelândia, acontecia desde cedo e muitos e muitas parceiras da CAPINA, dentre agricultores/as, educadores/as populares, militantes e ativistas, artistas, ocupavam a praça para vender e anunciar os produtos que vêm da agroecologia da região metropolitana do Rio de Janeiro. Tudo isso junto às expressões culturais que, lembramos, não se separam da questão da alimentação: foi um dia de feira, de palhaçarias, cantos, danças, roda de samba e batuque.

Para a Capina, estar envolvida nesses e outros espaços não é marcar presença em um ou mais eventos. Faz parte de um processo mais amplo, onde o engajamento e o trabalho de incidência política significam um compromisso político com um outro projeto de sociedade. Nos juntamos a tantas vozes e saberes; processos de lutas e escutas que resistem e re-existem para um mundo menos desigual.

Da audiência pública sobre SAN, onde ouvimos sobre a grave crise na qual atravessa o país, a partir da perspectiva das violações ao direito humano à alimentação adequada e da soberania alimentar; ao vigor das diversas ações e territórios da cidade do Rio de Janeiro onde mutirões em hortas, atividades culturais, encontros de mulheres, feiras, rodas de conversa que fizeram da SAC um espaço de potências; ao reconhecimento político e normativo da agroecologia e produção orgânica para o desenvolvimento justo de uma sociedade, por meio da aprovação de uma política pública do estado do RJ que integra tema; ao seminário que deu lugar as falas emocionadas de um jovem negro e de uma mulher negra no plenário da casa legislativa municipal, onde contaram sobre seus sonhos de futuro, lutas e resistências por meio da agricultura urbana na cidade; ao batuque das mulheres do maracatu; à feira que mostrou à cidade o que é comida de verdade... pudemos mais uma vez reconhecer que a economia dos setores populares não está apartada de um movimento mais amplo, onde cultura, alimentação, política, morar e plantar se integram a uma perspectiva popular de economia e onde tantas re-existências se encontram, para um outro mundo possível

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